Um estudo colaborativo envolvendo pesquisadores de 10 países revelou obstáculos significativos para autores não nativos do idioma inglês ao submeterem trabalhos a revistas científicas de ciências biológicas. A pesquisa identificou práticas comuns, como a sugestão de contratação de serviços de edição, impondo custos adicionais aos autores, particularmente prejudiciais para aqueles de países com recursos limitados.
A análise de diretrizes editoriais mostrou que poucas revistas enfatizam a avaliação do conteúdo sobre a expressão em inglês, com apenas 6% dos editores instruindo revisores a não rejeitar artigos com problemas linguísticos. Em contrapartida, revistas mantidas por sociedades científicas, como a Evolution, oferecem programas de mentoria gratuitos para melhorar a clareza do manuscrito.
O estudo também destacou exemplos positivos de revistas que fornecem suporte ativo a pesquisadores não nativos em inglês. Publicações como Journal of Field Ornithology e Journal of Ecology, por exemplo, oferecem programas de mentoria e revisão por inteligência artificial, respectivamente. Essas iniciativas demonstram um compromisso em superar as barreiras linguísticas e promover a diversidade na publicação científica.
Autores não nativos de inglês levam o dobro do tempo para preparar trabalhos no idioma. Além disso, enfrentam maiores taxas de rejeição e solicitações de revisão adicional. O estudo destaca a necessidade de ações concretas, incluindo um compromisso público das revistas em avaliar justamente o conteúdo e oferecer serviços gratuitos para melhorar a legibilidade do inglês em trabalhos relevantes.
À medida que a ciência globaliza, é crucial abordar essas desigualdades para garantir a participação plena de cientistas de diversas origens. O futuro pode ver avanços na utilização ética da inteligência artificial para melhorar a comunicação científica, tornando-a mais acessível e inclusiva.
Fonte: Revista Fapesp
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